Tesouro Direto: Qual Opção Apresenta Melhor Rendimento em Dois Anos?
O Tesouro Direto continua a atrair a atenção dos brasileiros que buscam investimentos seguros e rentáveis. Em 2024, os aportes no programa alcançaram R$ 67,9 bilhões, um crescimento de 45,6% em relação a 2023. Somente em janeiro de 2025, as vendas totalizaram R$ 8,76 bilhões, o maior valor já registrado na série histórica. Diante desse cenário, surge a dúvida: qual título do Tesouro Direto apresenta o melhor rendimento em dois anos?
Atualmente, existem três categorias principais de títulos no Tesouro Direto: Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado. Para identificar qual deles proporciona a melhor rentabilidade, realizamos uma simulação no site do Tesouro Direto, verificando quanto R$ 200 mil poderiam render em cada opção no prazo de dois anos.
Tesouro Selic: Rendimento em Dois Anos
O Tesouro Selic acompanha a taxa básica de juros do país, que está atualmente em 13,25% ao ano. No dia 10 de março de 2025, o título com vencimento em 2028 oferecia um rendimento de Selic + 0,0535%.
Caso um investidor aplicasse R$ 200 mil nesse ativo, o montante ao final de dois anos seria de R$ 248.692,43. Entretanto, após o desconto de R$ 7.303,86 referente ao imposto de renda e R$ 877,54 de taxas da B3, o valor líquido final seria de R$ 240.435,58.
Vale lembrar que o imposto de renda sobre títulos do Tesouro Direto é cobrado de maneira regressiva. Para aplicações de até 180 dias, a alíquota é de 22,5%. Já para investimentos entre 181 e 360 dias, a tributação é de 20%. No caso de aplicações entre 361 e 720 dias, a alíquota cai para 17,5%. Por fim, investimentos mantidos por mais de 720 dias sofrem tributação de 15%.
Tesouro IPCA+: Proteção Contra a Inflação e Rentabilidade
O Tesouro IPCA+ é um título que protege contra a inflação, pois oferece um rendimento composto pelo IPCA mais uma taxa prefixada no momento da compra. De acordo com os dados do Tesouro Nacional, o título com vencimento em 2029 estava pagando IPCA + 7,59%.
Com um investimento de R$ 200 mil, o montante total bruto ao fim de dois anos seria de R$ 251.644,21. Após os descontos de R$ 7.746,63 de imposto de renda e R$ 901,49 de taxa da B3, o saldo final seria de R$ 242.913,92.
Tesouro Prefixado: Rentabilidade Prevista para Dois Anos
Diferentemente das outras opções, o Tesouro Prefixado permite que o investidor saiba exatamente quanto irá receber no vencimento. O título com vencimento em 2028, por exemplo, apresentava um rendimento anual de 14,43%.
Se um investidor aplicasse R$ 200 mil nesse ativo, o valor total ao final de dois anos alcançaria R$ 262.517,29. Considerando a incidência de imposto de renda de R$ 7.746,63 e as taxas da B3 no valor de R$ 901,49, o saldo final líquido seria de R$ 252.189,40. Esse resultado demonstra que o Tesouro Prefixado foi a opção mais rentável entre as analisadas.
Comparação de Rentabilidade no Tesouro Direto em Dois Anos
Tipo de Investimento | Rendimento Líquido em 2 Anos |
---|---|
Tesouro Selic 2028 | R$ 240.435,58 |
Tesouro IPCA+ 2029 | R$ 242.913,92 |
Tesouro Prefixado 2028 | R$ 252.189,40 |
Os valores já estão descontados de imposto de renda e taxas da B3, considerando um período de dois anos.
Cuidados ao Investir no Tesouro Direto
Apesar da aparente vantagem do Tesouro Prefixado, é essencial considerar o cenário econômico antes de escolher essa modalidade. Como esse título tem taxa fixa, ele pode sofrer oscilações significativas em caso de mudanças na política monetária. Caso os juros aumentem, o valor de mercado do título pode cair, reduzindo os ganhos para quem vender antes do vencimento.
Além disso, o resgate antecipado pode impactar negativamente a rentabilidade. Se o investidor decidir vender o título antes da data de vencimento, o valor pode ser menor do que o esperado, dependendo das condições do mercado. Portanto, planejar bem a aplicação e considerar o prazo de permanência é fundamental para evitar surpresas.
Conclusão
Os títulos do Tesouro Direto são excelentes opções para quem busca segurança e previsibilidade. No entanto, a escolha do melhor título depende dos objetivos do investidor e de sua tolerância ao risco. O Tesouro Selic é mais indicado para reserva de emergência, pois apresenta menor volatilidade. O Tesouro IPCA+ protege contra a inflação e pode ser vantajoso no longo prazo. Já o Tesouro Prefixado pode garantir ganhos mais altos, mas exige atenção ao cenário econômico.
Antes de investir, é essencial analisar bem cada opção e considerar o horizonte de aplicação para evitar perdas com resgates antecipados. Dessa forma, é possível aproveitar o melhor que cada título pode oferecer.