Quando pensamos em gerar renda passiva no longo prazo, poucos ativos são tão eficientes quanto os ETFs internacionais que pagam dividendos. Com efeito, eles combinam dois dos maiores desejos dos investidores: diversificação global e renda recorrente em moeda forte, como o dólar.
Contudo, como funcionam esses ETFs? Ademais, quais são os melhores? E, principalmente, como você, investidor brasileiro, pode acessar essa oportunidade diretamente da sua conta na corretora? Em suma, é sobre isso que vamos falar neste artigo.
O que são ETFs Internacionais de Dividendos?
De forma simples, os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de índice negociados em bolsa. Basicamente, eles replicam a performance de um determinado índice, setor, país ou estratégia.
Nesse sentido, quando falamos de ETFs internacionais que pagam dividendos, estamos nos referindo a fundos que investem em ações de empresas sólidas, pagadoras de dividendos no exterior. Assim sendo, ao adquirir cotas desses ETFs, o investidor passa a receber uma parte desses dividendos, geralmente pagos em dólares.
Além da renda passiva, esses ETFs oferecem diversificação global, proteção cambial e exposição a economias desenvolvidas e emergentes, por conseguinte, tornando-se uma ferramenta poderosa para a construção de um patrimônio robusto e gerador de renda.
Por que investir em ETFs internacionais que pagam dividendos?
Há muitos motivos para considerar esses ativos na sua carteira de investimentos. A seguir, veja os principais:
1. Renda passiva em moeda forte
Receber dividendos em dólar é uma forma poderosa de proteger seu patrimônio contra a desvalorização do real, e ainda por cima, de proporcionar uma fonte de renda mais estável e com maior poder de compra internacionalmente. Desse modo, essa receita em dólar pode ser reinvestida ou utilizada para despesas em moeda estrangeira, o que, consequentemente, oferece uma camada extra de segurança financeira.
2. Diversificação internacional
Ao investir em ETFs internacionais, você se expõe a empresas dos Estados Unidos, Europa, Ásia e outras regiões, assim, reduzindo os riscos de concentração em um único mercado, como o Brasil. Dessa forma, essa diversificação geográfica e setorial é crucial para mitigar riscos específicos de cada país ou setor, o que, por sua vez, aumenta a resiliência de seu portfólio.
3. Segurança e estabilidade
Empresas que fazem parte desses ETFs costumam ter modelos de negócio resilientes, histórico de lucros consistentes e geração de fluxo de caixa robusto. Portanto, isso permite que distribuam lucros aos acionistas de forma regular, mesmo em cenários econômicos desafiadores. Além disso, muitas dessas empresas são líderes globais em seus respectivos setores, o que, de fato, contribui para a estabilidade dos dividendos.
4. Praticidade e eficiência fiscal
Os ETFs permitem acesso a dezenas ou centenas de empresas com apenas uma única compra, consequentemente, simplificando o processo de investimento e a gestão da carteira. Adicionalmente, possuem custos operacionais e de gestão geralmente mais baixos se comparados aos fundos de investimento tradicionais, aspecto este que pode impactar positivamente o retorno líquido do investidor a longo prazo.
Melhores ETFs Internacionais de Dividendos para Investidores Brasileiros
Existem diversos ETFs listados nas bolsas americanas e acessíveis por investidores brasileiros por meio de corretoras que oferecem conta internacional.
Abaixo, estão alguns dos mais conhecidos e consolidados no mercado, incluindo, assim, alguns focados em diferentes estratégias de dividendos:
Observação: Os dividend yields são estimativas médias baseadas em dados recentes e podem variar significativamente conforme o mercado, as políticas de distribuição das empresas e o preço das cotas. Portanto, é crucial verificar o yield atualizado antes de investir.
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Como investir em ETFs internacionais que pagam dividendos?
Investir nesses ETFs é mais simples do que muitos imaginam. Confira, então, o passo a passo:
Abra uma conta em uma corretora que ofereça acesso ao mercado americano. Corretoras como Avenue, Nomad, C6 Bank, Inter e XP Internacional oferecem esse serviço para investidores brasileiros, dessa forma, facilitando o acesso ao mercado global.
Faça a transferência dos recursos. A própria corretora ou sua plataforma parceira auxiliará no câmbio, isto é, convertendo seus reais em dólares de forma segura e transparente. Inclusive, algumas plataformas permitem a transferência direta via Pix ou TED.
Pesquise os ETFs. Utilize o ticker (código) do ETF para localizá-lo na plataforma de negociação da corretora. Por exemplo: digite SCHD, VYM, NOBL ou HDV para encontrar os fundos desejados.
Realize a compra. Basta inserir a quantidade de cotas que deseja adquirir e executar a ordem de compra. Nesse sentido, o processo é muito similar ao que você faria para comprar ações no mercado brasileiro.
Acompanhe os dividendos. Os dividendos caem diretamente na sua conta em dólares, geralmente, de forma mensal ou trimestral, dependendo da política de distribuição de cada ETF. Consequentemente, você pode reinvesti-los ou sacar, conforme sua estratégia.
Tributação: Preciso pagar impostos?
Sim, e é fundamental entender como funciona a tributação para investimentos no exterior, visto que houve mudanças importantes.
Dividendos recebidos no exterior são tributados no Brasil como rendimentos recebidos de pessoa física no exterior. Assim sendo, a alíquota varia de 7,5% a 27,5%, conforme a tabela progressiva do Imposto de Renda. Além disso, o imposto deve ser recolhido mensalmente através do Carnê-Leão.
Ganhos de capital na venda das cotas de ETFs ou outros ativos no exterior são tributáveis no Brasil. De fato, com a nova legislação (Lei nº 14.754/2023), convém notar que a isenção de imposto de renda para vendas de até R$ 35.000 mensais foi extinta. Portanto, todo ganho de capital obtido com a venda de ativos no exterior é tributável, independentemente do valor, com alíquotas que variam de 15% (para ganhos de até R$ 5 milhões) a 22,5% (para ganhos acima de R$ 30 milhões).
Sempre consulte um contador especializado em investimentos no exterior para garantir que está declarando corretamente e cumprindo todas as obrigações fiscais. Afinal, a legislação pode ser complexa e um profissional pode oferecer a orientação mais precisa para a sua situação.
Vale a pena investir nesses ETFs?
Se você busca:
- Renda passiva consistente e crescente;
- Proteção contra a inflação brasileira e desvalorização cambial;
- Diversificação global de seu portfólio;
- E quer receber dividendos em uma moeda forte como o dólar…
Então, a resposta é sim: os ETFs internacionais que pagam dividendos são excelentes alternativas. Em outras palavras, eles oferecem acesso simplificado a mercados desenvolvidos e emergentes, bem como permitem que qualquer investidor brasileiro construa uma fonte de renda em moeda forte, aproveitando o crescimento e a estabilidade de grandes empresas globais.
Conclusão
Investir em ETFs internacionais de dividendos é uma estratégia inteligente para quem busca aumentar sua renda passiva e proteger seu patrimônio no longo prazo. Isso porque, além de serem acessíveis e eficientes, oferecem uma maneira prática de investir nas maiores e mais sólidas empresas do mundo.
Em suma, se você quer começar a investir fora do Brasil e receber dividendos em dólar, essa é, sem dúvida, um caminho sólido, seguro e eficiente para diversificar seus rendimentos e fortalecer sua carteira de investimentos.
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