O Banco do Brasil, um dos pilares do sistema financeiro nacional, entrou em 2025 sob forte pressão. Resultados mais fracos no primeiro trimestre, aumento da inadimplência na carteira de crédito rural e uma série de revisões nas projeções para o ano lançaram alertas no mercado. Este artigo traz uma análise aprofundada da situação atual do Banco do Brasil em 2025 e o que os investidores devem observar daqui para frente.
Resultados decepcionantes no primeiro trimestre de 2025
O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil no primeiro trimestre de 2025 ficou em torno de R$ 7,3 bilhões, uma queda expressiva de mais de 20% na comparação anual. A cifra ficou bem abaixo das expectativas dos analistas e levou a uma reação imediata negativa na bolsa.
Além disso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu para cerca de 16%, o menor patamar desde 2021. Esses resultados acenderam um sinal de alerta para analistas e investidores, que passaram a revisar para baixo suas projeções para a instituição financeira.
A inadimplência no agro como ponto de tensão
Boa parte da pressão sobre os resultados decorre da inadimplência crescente na carteira de crédito rural. A inadimplência acima de 90 dias no agronegócio saltou de 1,19% para 3,04% no intervalo de um ano. Esse crescimento forçou o banco a antecipar provisões de crédito, conforme as novas regras contábeis exigidas pela Resolução 4.966.
Essas provisões elevaram os custos e reduziram consideravelmente a rentabilidade do banco. A exposição às adversidades climáticas e à quebra de safra em diversas regiões do país não deve ser ignorada. Em um ambiente de incerteza macroeconômica, o agronegócio se tornou um vetor de risco para o balanço do Banco do Brasil.
Revisões de projeção e avaliações negativas
Com os resultados fracos, as principais casas de análise revisaram suas projeções para baixo. O BTG Pactual cortou sua estimativa de lucro para R$ 23,5 bilhões em 2025, prevendo um ROE médio de 12,5%. Além disso, espera-se um payout de dividendos reduzido, entre 30% e 36%.
A XP Investimentos também reduziu suas previsões, enquanto o Bradesco BBI estima provisões de crédito em torno de R$ 53 bilhões neste ano. O Bank of America chegou a projetar o preço-alvo das ações BBAS3 em apenas R$ 24, com recomendação de desempenho abaixo da média do mercado.
Desempenho das ações e humor do mercado
As ações do Banco do Brasil acumulam queda de mais de 25% desde o início de maio de 2025. A divulgação dos balanços e os alertas dos analistas provocaram uma fuga de investidores, inclusive institucionais. Em um único pregão, os papéis chegaram a cair quase 7%, reforçando o sentimento de cautela.
Apesar disso, algumas gestoras enxergam oportunidade. O preço das ações está em patamares atrativos e pode oferecer margem de segurança. No entanto, o momento exige sangue-frio e foco no longo prazo.
O que esperar do Banco do Brasil daqui para frente
O futuro do Banco do Brasil em 2025 dependerá da evolução de três variáveis: a estabilidade da carteira agro, a recuperação da economia e o cumprimento do novo guidance. Há expectativa de que o segundo semestre traga reversão parcial das provisões feitas no 1T25, com eventual impacto positivo nos resultados.
A governança do banco e sua capacidade histórica de resistência às crises continuam sendo pontos fortes. Além disso, mesmo com queda no lucro, o banco ainda entrega dividendos relevantes, o que atrai investidores de perfil mais conservador.
Considerações finais para o investidor
Investir no Banco do Brasil em 2025 é uma decisão que exige análise de risco, conhecimento do contexto macroeconômico e compreensão das dinâmicas setoriais. O momento atual é de desafio, mas não se trata de um caso perdido. Para quem busca valor e pode tolerar volatilidade, BBAS3 pode representar uma oportunidade de entrada com preço descontado.
Entretanto, é essencial acompanhar os próximos balanços, as safras e os indicadores de inadimplência. Em um cenário incerto, a informação atualizada se torna a melhor ferramenta do investidor consciente.
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